Viagens literárias:

10 livros que te fazem viajar sem sair de casa (parte II)

Há várias formas de viajar e uma delas é através dos livros. Numa outra publicação que fizemos partilhamos com os nossos leitores 10 livros que lemos e que nos fizeram conhecer outros locais e culturas sem sair do lugar.

A aceitação desse lado foi muito positiva, pelo que deixamos mais duas mãos cheias de sugestões para te aguçar o apetite. Confessamos que, ao contrário do que aconteceu no primeiro post, ainda não lemos todos estes livros mas pelas descrições parecem bem interessantes.

As Aventuras, Dicas e Segredos dos Viajantes Mais Famosos do Instagram,
de Miguel Mimoso e Raquel Janeiro

Namoravam há apenas quatro meses quando Raquel partiu para Erasmus e Miguel ficou em Portugal. Nesse dia, fizeram um acordo: nos meses seguintes, iriam encontrar-se para matar saudades sempre num país diferente. Assim foi.

Com quase 1 milhão de seguidores, Raquel e Miguel são os viajantes mais famosos do Instagram. Neste livro contam como tudo começou, desde as primeiras aventuras e fotografias virais até ao dia em que apareceram na imprensa internacional pelos piores motivos. E porque a história deles também pode ser a tua, dão-te dezenas de dicas para viajar em low budget, dizem-te quais são os sítios mais instagramáveis de Portugal e do mundo e ainda te explicam como é possível definir um plano de ação e concretizar estes sonhos!

Viagens de uma Vida,
25 Bloggers de Viagem Portugueses

Pela primeira vez, 25 dos mais seguidos bloggers de viagem portugueses juntaram-se num livro para partilhar as viagens mais marcantes das suas vidas.

A obra é uma seleção de duas dezenas e meia de olhares - distintos e variados - sobre destinos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Vai da alegria colorida do Festival Holi, em Varanasi, Índia, à angustiante luta pela sobrevivência no campo de refugiados Cox’s Bazar, no Bangladesh. Passa pela sensação de liberdade e pequenez que emana da mítica Ruta 40, no Sul da Argentina, como pelas paisagens inóspitas da Gronelândia e de Madagáscar. Estas páginas, complementadas com um encarte de fotografias ilustrativas, são um hino ao ato de viajar e à vida - a celebração da diversidade cultural e da salutar comunhão entre povos.

O Último Comboio para a Zona Verde,
de Paul Theroux

Uma viagem que se inicia na Cidade do Cabo e que Theroux, passando por Angola, queria que acabasse no Norte de África. Porém, após visitar Angola, o incansável viajante decide interromper o seu caminho ascendente.

As experiências-limite por que passou, a deceção com a decadência, a colonização pelo materialismo ocidental, a omnipresença da corrupção e a perda da comunhão dos povos com a natureza terão feito desta a última viagem de Theroux ao Continente Negro.

Angola sai maltratada deste livro, assim como muitas figuras de proa de organizações humanitárias que operam em África. Um documento impiedoso e de gritante atualidade. Um livro-choque.

O Velho Expresso da Patagónia,
de Paul Theroux

Um grande clássico da literatura de viagens. Paul Theroux saiu de sua casa em Medford, no Massachusetts, numa manhã de mau tempo e apanhou o comboio suburbano para Boston. Aí chegado, apanhou outro comboio para Chicago, e assim sucessivamente, até ao percurso final no Velho Expresso da Patagónia, que o levou à mítica e remota região do Sul da América, passando por Buenos Aires - onde encontra Jorge Luis Borges -, atravessando o México, a Guatemala, San Salvador, a Colômbia, o Peru. Um relato de encontros, rostos e histórias. Tudo termina com uma frase maravilhosa: «O fim do mundo é um lugar». A grande obra-prima que reinventou a arte da literatura de viagens.

Istambul-Memórias de uma Cidade,
de Paul Theroux

O Prémio Nobel da Literatura 2006 traça um retrato magistral da cidade onde habita. De uma forma intimista e ao mesmo tempo muito visual, o autor recria um engenhoso modo de evocar a sua cidade de eleição. Este livro fala sobre as primeiras impressões de melancolia que invadem os habitantes de Istambul e os unem nas memórias colectivas de um povo: o de viverem sobre as ruínas das glórias imperiais num país a tentar modernizar-se e permanentemente a receber influências do cruzamento entre este e oeste. Esta elegia a Istambul é-nos revelada pelas personagens criadas por Pamuk, escritores e pintores, artistas na generalidade que através dos olhos do criador vêem e descrevem a cidade. E é também a partir da sua própria história de vida, desde menino até à fase adulta que o nobelizado nos transmite os seus pensamentos, crenças e ideologias sempre com Istambul como pano de fundo.

A Volta ao Mundo em 80 Dias,
de Paul Theroux

Phileas Fogg, um aristocrata inglês, faz uma aposta arrojada com os membros do seu clube em como dará a volta ao mundo em 80 dias. Parte então à aventura, acompanhado pelo seu criado. Para vencer o desafio, teria de estar de volta a Londres no dia 21 de dezembro de 1872, às vinte horas e quarenta e cinco minutos. Porém, Fogg é acusado de estar por detrás do assalto ao Banco de Inglaterra, o que fará com que o detetive Fix parta no seu encalço, perseguindo-o para onde quer que Fogg vá. Do Egipto à Índia, e depois para a China, Japão, Estados Unidos (São Francisco e Nova Iorque) e de volta a Inglaterra, somos levados numa viagem através de vários continentes, em diversos meios de transporte existentes na época - vapores, comboios, carruagens, e até mesmo elefante -, numa jornada emocionante que desperta o nosso espírito de aventura e nos leva de volta à infância.

Leva-me Contigo- Portugal a pé pela Estrada Nacional 2,
de Afonso Reis Cabral

A Estrada Nacional 2, com os seus quase 739 quilómetros, é a maior de Portugal e uma das maiores do mundo. Atravessa Portugal de Chaves a Faro, numa linha contínua que não é feita só de asfalto. Estrada mítica e com identidade própria, é o mais belo caminho para conhecer as pessoas, as paisagens - o País, em suma. O escritor Afonso Reis Cabral decidiu percorrê-la a pé.

Durante vinte e quatro dias, completamente sozinho, deixou que a estrada o guiasse: cruzou montanhas e planícies, mergulhou em rios, caminhou debaixo de tempestades e sob o sol ardente. Mas sobretudo parou para conversar com quem encontrava. No fim de cada dia, publicava na sua página de Facebook um diário escrito no telemóvel relatando os principais eventos da viagem. Com milhares de leitores, comentários e partilhas, os seus textos geraram grande entusiasmo. Agora em versão ampliada e ilustrada, eis em livro o diário do caminho.

Diário da Bicicleta,
de David Byrne

Desde o princípio dos anos 1980 que David Byrne usa a bicicleta como principal meio de transporte em Nova Iorque. Há vinte anos, descobriu as bicicletas desdobráveis e começou a levá-las para as tournées e outras viagens de recreio. A escolha de Byrne deveu-se mais à conveniência do que a qualquer motivação política. E à medida que via mais cidades a partir da sua bicicleta, foi ficando apanhado por este meio de transporte e pela sensação de liberdade que o mesmo proporciona. Convencido de que o ciclismo urbano favorece um conhecimento mais profundo da pulsação e do ritmo das populações e topografias, Byrne começou a escrever um diário com as suas observações. De Berlin a Buenos Aires, de Istambul a São Francisco, de Sydney a Nova Iorque, Diário da Bicicleta regista não só o que Byrne vê e quem encontra, como também as suas reflexões sobre world music, urbanismo, moda, arquitetura, e muito mais, numa combinação pessoalíssima de humor, curiosidade e humildade.

Pés na Terra,
de Raquel Ochoa

Quando lemos relatos de viagens, transformamo-nos nós próprios em viajantes. E isso não deixará de acontecer com a leitura deste notável Pés na Terra, da premiada escritora Raquel Ochoa, que reúne memórias de viagens aos cinco continentes, fazendo-nos olhar para o mundo contemporâneo como algo incrivelmente belo, mas também cheio de desigualdades e contradições.

As suas experiências (sobre- tudo como mulher viajando sozinha e enfrentando o risco e o preconceito), as peripécias inesperadas, as provações e o desconforto a par da superação, do deslumbramento e da pacificação - e ainda o relato apaixonado de alguns encontros especiais ao longo da jornada - são o guia ideal para quem queira sair do seu umbigo para o umbigo do mundo, de mochila às costas ou sentado no sofá.

A Arte da Viagem,
de Paul Theroux

Cinquenta anos de viagens celebrados por uma recolha de textos que formaram Paul Theroux enquanto leitor e enquanto viajante - um manual literário de viagem, um guia filosófico, uma antologia de grandes autores que viajaram, entre eles Theroux. A Arte da Viagem mostra toda a bagagem - espiritual ou física - que levaram e que trouxeram; os lugares por onde passaram, ou nunca passaram; os prazeres e os sofrimentos do viajante, os paradoxos da viagem, a solidão, o anonimato, o encontro com estranhos; a estrada enquanto vida; as cidades, os comboios, as paisagens; a aventura; e a tradição, a política e a pornografia na viagem; o tempo e o amor na viagem; e a viagem enquanto transformação. Neste extraordinário tributo encontramos, entre muitos, Vladimir Nabokov, Samuel Johnson, Evelyn Waugh, Mark Twain, Bruce Chatwin, Graham Greene, Isak Dineses, Anton Tchekov, Ernest Hemingway e o melhor de Paul Theroux.


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