Cinque Terre:

Tudo o que precisa de saber antes de visitar as 5 aldeias da Riviera Italiana

agosto de 2020

Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al mare são as famosas Cinque Terre cravadas na costa italiana da Ligúria. Há muito que queríamos ir conhecer este sítio e a road trip que fizemos no verão passado foi a desculpa perfeita para isso. As “5 terras” são um verdadeiro encanto e estão na “top list” de sítios que mais gostámos de conhecer (vá, temos de admitir que Itália é um dos países que mais nos fascina desde que fizemos Erasmus em Roma...).

As Cinque Terre foram reconhecidas, desde 1997, como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Com 3860 hectares, são o menor Parque Nacional da Itália e, ao mesmo tempo, o mais densamente povoado, com cerca de 4000 residentes. O que torna esta área tão peculiar é o fato do ambiente natural ter sido profundamente alterado pela ação humana. Segundo o que lemos, ao longo de vários séculos foram sendo cultivadas uvas e azeitonas nos terrenos íngremes daquela região.

Se ir conhecer esta esta região do Norte de Itália está nos teus planos, nós deixamos algumas dicas e informações úteis para que possas tirar o melhor partido da tua viagem.

Quais são as “5 terras”?

Se acha que Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso al mare é tudo “a mesma coisa” engane-se. Apesar das semelhanças, há pontos que distinguem cada uma destas 5 aldeias. Deixamos um breve resumo sobre as principais características de cada uma.

Riomaggiore

Foi aqui que ficámos hospedados. Riomaggiore é a vila mais a sul de Cinque Terre. Tem uma pequena praia onde se pode apanhar sol e dar uns mergulhos. Mas atenção que esta praia é bem diferente daquelas a que estamos habituados... a “areia” aqui são pedras. Esta aldeia tem várias fontes para se refrescar e encher a garrafa com água e uma grande variedade de restaurantes. Foi talvez a nossa preferida.

Aqui pode ver a Igreja de San Giovanni Battista, construída em 1340 (estilo gótico); Igreja de San Lorenzo (1338); Castelo de Riomaggiore (construído em 1260) e o Santuário de Madonna di Montenero.

Manarola

A mais popular de Cinque Terre. As casas coloridas que se amontoam na encosta são um verdadeiro íman para os turistas. No entanto, para sermos francos, não achámos nada de especial. Vale a pena pela famosa fotografia com as casas coloridas a servir de cenário... Manarola é conectada a Riomaggiore pela famosa trilha Via dell'Amore.

Corniglia

A mais “diferente” de todas as aldeias. Está localizada no “meio” das 5 . Não tem acesso direto ao mar e fica no alto de uma falésia, pelo que para a conhecermos temos que subir algumas dezenas de degraus, mais especificamente 377. Mas não se assuste, facilmente consegue fazer o percurso, até porque pelo meio há alguns bancos para descansar se necessitar. Quando completar a subida não vão faltar restaurantes para repor todas as calorias gastas. Nós almoçamos aqui. Comemos uma focaccia maravilhosa e pagámos 3 euros por cada fatia (o nome do restaurante estava em fotografias na nossa máquina fotográfica, mas fomos assaltados durante a road trip e, entre outras coisas, perdemos essa informação...)

Vernazza

É uma pequena aldeia de pescadores. Está rodeada por olivais em terras muito íngremes, que dizem produzir um dos melhores azeites do país. Em Vernazza pode visitar a Igreja de Santa Margherita di Antiochia, construída sobre as rochas com vista para o mar e a Torre do Castelo Doria, construída no século XC para proteger a vila dos piratas.

Monterosso al Mare

É a maior das cinco aldeias costeiras e a mais plana de todas. Tem o trunfo de ser a única que tem praias com areia e, talvez por isso, seja o local escolhido por muitas famílias para fazer férias. Fizemos duas ou três horitas de praia e apanhámos água a 26º. Foi ótimo para terminar o dia e refrescar.

Como se movimentar em Cinque Terre? Dá para ir de carro?

Em primeiro lugar importa dizer que pode chegar a Cinque Terre de comboio ou de carro. Apesar de termos ido de carro, aconselhamos que deixe o seu veículo numa das cidades vizinhas e utilize apenas o comboio. Acredite, vai poupar umas valentes dores de cabeça! As aldeias de Cinque Terre estão fechadas ao tráfego de automóveis, exceto para residentes. Os lugares de estacionamento disponíveis são muito limitados e muitas vezes encontram-se à entrada das aldeias. Estacionar em Cinque Terre custa cerca de 15 euros por dia, isto se encontrar vaga nos parques.

Há alguns lugares onde pode deixar o carro, mas são muitooo poucos. A cor das linhas no chão indica o tipo de estacionamento: branco para estacionamento gratuito, azul para o pago. Não convém facilitar e deixar o carro em locais não convencionados para o efeito porque a probabilidade de ser multado é elevada (a polícia está constantemente a verificar se há carros mal-estacionados).

Por tudo isto, a melhor forma de se movimentar nas Cinque Terre é de comboio. De uma aldeia à outra demora uns 5/10 minutos. É bem rápido e muito fácil. Para facilitar, costumam aconselhar os turistas a começar na vila que fica mais afastada e depois seguir a rota. Ou seja, se partir de La Spezia vai diretamente para Monterosso al Mare (percurso mais longo), depois explora Vernazza, Corniglia, Manarola e Riomaggiore e novamente La Spezia.

Durante todo o ano, o “Cinque Terre Card Train” dá acesso ilimitado à linha de comboio que liga a estação central de La Spezia a cada uma das cinco aldeias. Existem dois tipos de cartão disponíveis que podem ser adquiridos nos balcões de informações de todas as estações de comboio em Cinque Terre, Levanto e também La Spezia:

Cartão Cinque Terre Trekking: dá acesso apenas aos trilhos

Cartão de trem Cinque Terre: dá acesso às trilhas e viagens ilimitadas de comboio

Os horários podem ser consultados aqui: https://www.cinqueterre.eu.com/en/cinque-terre-timetable
Os preços podem ser consultados aqui: https://www.cinqueterre.eu.com/en/cinque-terre-card .

Onde ficar hospedado?

Ao contrário do que estava inicialmente planeado, a ideia inicial era ficarmos em La Spezia e ir conhecer as Cinque Terre. No entanto, deixamos a reserva do alojamento para a última hora e depois não encontrámos nenhum hotel com vagas disponíveis. Não tivemos opção senão mudar os planos e fomos diretos para Riomaggiore (o único quarto que encontrámos foi o hostel Locanda Dalla Compagnia). Não é algo que aconselhamos porque por ali arranjar estacionamento é uma autêntica dor de cabeça, mas não nos restou opção.

Aquilo que aconselhamos é que fique alojado nas cidades vizinhas, La Spezia ou Levanto porque facilmente chega de comboio às Cinque Terre e encontra estadias mais económicas.

Quantos dias ficar?

Há muitas pessoas que conhecem as Cinque Terre em apenas um dia. Se é o suficiente? Pois bem, depende do seu ritmo e daquilo que pretende fazer.

Com base na nossa experiência consideramos que 1 dia é suficiente mas acaba por ser um pouquinho apertado e bem corrido. Ou seja, vai conseguir conhecer as 5 aldeias mas não terá tempo para desfrutar dos locais. Nós ficámos 1 dia completo e uma tarde. Conseguimos passear calmamente pelas Cinque Terre e fazer umas horitas de praia, o que acabou por ser a cereja no topo do bolo.

Se gosta de caminhar não deixe de fazer os Trilhos da região

Ao contrário do que tínhamos em mente inicialmente, não fizemos nenhuns dos trilhos das cinque terre. Como tínhamos pouco tempo e estava bastante calor (30º) decidimos que nos íamos deslocar sempre de comboio de umas vilas para as outras e deixamos as caminhadas de lado. No entanto, importa dizer que a região possui uma extensa rede de caminhos pedonais que ligam cada uma das cinco aldeias entre si. Há trilhos para todos os gostos.

Para fazer esses trilhos terá que comprar o “Cinque Terre Trekking Card”. No posto de informação dão-lhe todas as informações necessárias.

Pode consultar mais informações sobre os trilhos aqui: https://www.cinqueterre.eu.com/en/cinque-terre-current-situation